spot_img

MC Poze do Rodo é preso por suposta apologia ao crime e envolvimento com facção criminosa no RJ

De acordo com a DRE, Poze realizava shows em áreas dominadas pelo CV, com a presença ostensiva de traficantes armados, e suas músicas exaltavam o tráfico de drogas e o uso de armas de fogo

Na manhã desta quinta-feira, 29 de maio de 2025, agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) cumpriram mandado de prisão temporária contra o cantor de funk MC Poze do Rodo, em sua residência no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A operação foi motivada por investigações que apontam o artista como suspeito de apologia ao crime e envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho (CV).

De acordo com a DRE, Poze realizava shows em áreas dominadas pelo CV, com a presença ostensiva de traficantes armados, e suas músicas exaltavam o tráfico de drogas e o uso de armas de fogo. A polícia afirma que os eventos promovidos pelo cantor eram financiados pela facção e utilizados para aumentar os lucros com a venda de entorpecentes.

Análise jurídica: liberdade de expressão versus apologia ao crime

MC Poze do Rodo, nome artístico de Marlon Brandon Coelho Couto Silva, é conhecido por suas músicas no estilo “funk proibidão”, que frequentemente abordam temas relacionados à criminalidade nas comunidades do Rio de Janeiro. A prisão do cantor levanta questões sobre os limites entre liberdade de expressão artística e apologia ao crime.

A Constituição Federal garante a liberdade de expressão, incluindo manifestações artísticas. No entanto, o Código Penal brasileiro tipifica como crime a apologia a fato criminoso ou a autor de crime (art. 287) e a associação para o tráfico de drogas (art. 35 da Lei de Drogas). Em tese, se for comprovado que as músicas de MC Poze incitam ou promovem atividades criminosas, especialmente com financiamento de facções, pode haver fundamento jurídico para a acusação.

É importante destacar que a simples menção a temas relacionados ao crime nas músicas não configura, por si só, apologia ao crime. A caracterização do delito depende da intenção de promover ou incitar práticas criminosas. A defesa do artista poderá argumentar que suas músicas retratam a realidade das comunidades e não têm o objetivo de incentivar o crime.

Impacto e desdobramentos

A prisão de MC Poze do Rodo reacende o debate sobre o papel da música na sociedade e os limites da liberdade artística. O caso também destaca a estratégia de facções criminosas em utilizar eventos culturais para fortalecer sua influência e financiar atividades ilícitas.

As investigações continuam, e a Justiça analisará as evidências apresentadas para determinar se há elementos suficientes para manter a prisão e avançar com o processo. O desfecho do caso poderá estabelecer precedentes importantes sobre a responsabilização de artistas por conteúdos que, em tese, extrapolem os limites da liberdade de expressão e configurem apologia ao crime.

Fonte: Polícia Civil do Rio de Janeiro

Siga a Cátedras:
Relacionadas

Deixe um comentário:

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

- Publicidade -spot_img

Cadastre-se para receber nosso informativo diário

Últimas